quarta-feira, janeiro 25, 2006

Blowing in the wind

Só há uns tempos vi o Any Way the Wind Blows - filme de Tom Barman, a cara à frente dos belgas dEUS - hoje, passadas algumas semanas, apetece-me escrever sobre os fragmentos que ficaram retidos na minha memória.



A introdução do filme deixou-me logo de água na boca. Uma cena ao som de "Summer's Here" dos Magnus (projecto do compositor-guitarrista-cantor-realizador-argumentista para o seu filme de estreia), onde é feita uma apresentação dos personagens, anunciando a segmentação da narrativa - dividida em curtas cenas da vida quotidiana de cada personagem. A "magnificiência" desta introdução deve-se sobretudo à cena em que o dançarino-actor Sam Louwyck (que segundo consta já foi visto na ZDB) percorre um túnel, cruzando-se com as pessoas que aí circulam, e depois à sua dança numa paisagem urbano-ribeirinha. Logo aqui notamos a qualidade da fotografia, que ao longo de todo o filme é uma constante.
A história ou histórias são passadas numa sexta-feira do mês de Junho na Antuérpia.
Passados os 5 minutos iniciais que já nos prenderam ao ecran, as cenas vão sucedendo, abordando temas simples, actuais e bastante interessantes.
Estas diferentes histórias, que parecem fragmentos soltos num mesmo universo, articulam-se de uma forma pouco original e desprovida de grande genialidade numa festa em casa de um dos intervenientes. Esta parece-me uma das maiores falhas do filme, não nos apresenta mais do que o óbvio.
Depois deste momento pouco interessante, segue-se o desenlace e desfecho das histórias individualmente (apesar da sua não conclusão), que volta a surpreender pela positiva, mantendo a linha seguida no início.
De referir que a banda sonora é simplesmente genial (também confesso que não estava à espera de muito menos vinda das mãos de quem vem).
Este é um filme pessoal, em que Tom Barman aborda questões quotidianas que concerteza resultam de uma reflexão prolongada, muito anterior à concepção do filme. Desta reflexão resulta um filme interessante, que poderá ser entendido como uma experiência, não só pela parte do realizador, mas também pela parte do espectador. Um filme a ver.

Trailer e mais informações em www.anywaythewindblows.com



Any Way the Wind Blows
Realização: Tom Barman
Bélgica, 2003

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