sexta-feira, outubro 27, 2006

Bom Humor

"o humor (talvez a criação mais singular e mais genial da humanidade)"

Hermann Hesse
in O Lobo das Estepes

segunda-feira, outubro 23, 2006

Ouvir em repeat #5

Anna (El Negro Zumbon)
Pink Martini
Hang on Little Tomato

2004 Heinz


Lembram-se do sample do fim do Frontier Psychiatrist dos Avalanches?

- Can you think of anything that talks other than a human?
- Hum... A bird?
- Yeah. Sometimes a parrot talks. Yes, some birds are funny when they talk. Can you think of anything else?
- Hum... A record?
E começava o tal sample.

Quando vi o Caro Diário do Nanni Moretti, numa cena na 2ª parte, a das ilhas, em que ele está no café e começa a ver na televisão uma mulher a cantar com uma banda, logo reconheci a melodia. A mesma do tal sample. Ainda tentei encontrar a banda sonora do filme, que diga-se de passagem é magistral, mas em vão.
A semana passada, dei com a minha companheira de piso a ouvir um tal CD de uns tais Pink Martini que lhe tinham emprestado. Era a mesma música. E tenho-a repetido, repetidas vezes, na última semana.
Pelo que vim a saber depois de consultar o AMG allmusic o original é de um tal Esquivel dos anos 50/60. Ainda não encontrei a gravação... Se alguém a tiver...

quarta-feira, outubro 11, 2006

Funerais molhados

Porque é que chove sempre que aparece uma cena de um funeral num filme?

Depois de ver o About Schmidt há uns dias, surgiu-me esta dúvida. Realmente, se formos a ver, provavelmente são mais as vezes em que chove durante um funeral que se passa num filme do que aquelas em que não. Porque será? Será que o S. Pedro também conhecia o defunto e está chorando a sua morte? Lá volto eu à questão dos clichés, mas realmente é um cliché. Querer dar um determinado ambiente a uma cena através de um recurso como este é banal, vulgar e ordinário. Ainda por cima com as dificuldades (serão assim tantas, pergunto-me?) de filmar uma cena em que chove. Das duas uma, ou esperamos pelo dia certo (e cruzamos os dedos à espera que o boletim meteorológico do jornal da noite anterior seja fidedigno) ou simulamos chuva (e temos que fretar um carro dos Bombeiros Voluntários dos Olivais - que por sinal foi comprado em 2ª, 3ª ou 4ª mão a uma corporação de Bombeiros no Luxemburgo e que, devido à idade avançada, parte a bomba da água num simples procedimento como simular chuva para uma cena de um filme - e esperar, e pagar, mais 2 horas de filmagens para que chegue um segundo carro - é verídico, assisti a uma cena destas numa filmagem de um filme de publicidade). Tudo isto porque naquela cena do funeral o realizador precisava de dar um ambiente mais pesado, coisa que com a chuva seria ideal, até faz a analogia com as lágrimas.
Digam-me se realmente isto não é cliché?

segunda-feira, outubro 09, 2006

(re)Abertura de Temporada

Como alguns de vós outros sabeis, encontro-me neste momento a viver em Barcelona. Mais precisamente durante 5 meses, até meados de Janeiro ou princípios de Fevereiro (gosto destas expressões: "meados" e "princípios"). A razão é muito simples, dispensa apresentações, e não é muito original, o tal programa Erasmus de que eles falam no L'Auberge Espagnole do Roman Duris. O motivo pelo qual quem visita este blog não tem visto nada de novo desde Julho não é este facto, mas acaba por também estar com ele relacionado. Uma conexão à Internet pouco regular desde fins de Julho (para completar: "princípios", "meados" e "fins") e uma certa preguiça têm sido as principais razões.
Assim, depois de explicada esta "ausência", anuncio a reabertura deste sítio da Internet, se bem que nunca fechou. Chamar-lhe-ia sim uma reabertura de temporada, como lhe chamam os caçadores.
Caçar ideias. Ou ideias que nos caçam a atenção.
(referência a hunting ideas)

sexta-feira, julho 21, 2006

Mr. West




Segunda-feira, durante o concerto, apercebi-me de que nunca tinha estado num concerto de hip-hop. E de facto, se formos a ver, não tive muitas hipóteses. Não se fazem concertos de hip-hop em Portugal. (Eu sei que vi DJ Shadow o mês passado, mas não sei se o podemos considerar um concerto de hip-hop comum.)
Kanye West foi a minha primeira vez. E que primeira vez!
Abre com "Diamonds from Sierra Leone", eu em baixo do palco, num dos primeiros concertos que fui fotografar. Máquina em punho, um bocado nervoso, ainda pela falta de experiência e limitações das lentes com que estava a fotografar (para quem percebe, uma 18-55mm f/3.5-5.6 e uma 75-240mm f/4.5-5.6). Não é fácil resistir ao apelo da música para dançar, e não tremer as mãos, muito menos quando se é quase um fã do que se está a ouvir. "Fotografam só as primeiras 3 músicas", tinha dito a responsável da Música no Coração aos fotógrafos que ali estavam, "depois, quem quiser ficar para ver o resto tem que me dar as máquinas até ao fim do concerto". Três músicas, qualquer coisa como 12 minutos, passam a correr. Parar para trocar de lente, e ver se resulta melhor com a outra, parar para trocar o cartão de memória, parar para trocar outra vez a lente e nos intervalos disparar. Sim, porque nunca se sabe bem como vai ficar a foto quando acontece tanta coisa e tão rápido em cima do palco, as luzes sempre a mudar, o alvo sempre a mexer-se. O que vale é que com a era do digital, um clique não equivale a uma das 36 exposições de um filme, que depois custa o seu dinheiro revelar e ampliar, portanto é um bocado shoot as fast as you can. Resultado: meia duzia de fotos boas em 100/150.
Depois, foi deixar a mochila guardada no backstage e vir cá para fora ver o resto do concerto. E que concerto!

sexta-feira, julho 07, 2006

Lundum Ensemble


Lundum Ensemble @ Festival Urbano Pedras d'Água na Baixa, 06-07

www.myspace.com/lundumensemble

sábado, junho 17, 2006

Ouvir em repeat #4

Impossible
Kanye West feat. Twista & Keyshia Cole
Only available in iTunes
2006 Def Jam

Provavelmente das melhores theme songs de um filme de Holywood nos últimos anos é este Impossible de Kanye West para o MI:3.
Kanye West, bem ao seu estilo, samplou "It's impossible" dos New Birth (1971) e o resultado tem muita, muita pinta.
Podem ouvir aqui a versão original e a do Kanye.

quinta-feira, junho 15, 2006

quarta-feira, junho 07, 2006

Ouvir em repeat #3

Ladyflash
The Go! Team
Thunder, Lightning, Strike
2004 Memphis Industries

Esta tem sido recorrente nos últimos meses. Esta e muitas outras do disco. Magistral.

terça-feira, junho 06, 2006

Dejá-(ou)v(i)u

Alguém notou as semelhanças do novo single dos Pearl Jam "Wideworld Suicide" com o "Get Back" dos Beatles? É impressionante, mas cada vez que oiço a nova dos Pearl Jam, dou por mim a cantar no refrão "Get back, get back / Get back to where you once belonged". Será de só de mim ou as semelhanças são muitas?

terça-feira, maio 23, 2006

Ouvir em repeat #2

SOS
Rihanna
A Girl Like Me
2006 Def Jam

Rihanna ao som do Tainted Love dos Soft Cell, que delícia.

domingo, maio 21, 2006

Clichés

Assisti agora aos últimos minutos do City of Angels, que passava numa sessão da tarde de domingo na televisão, e não resisti a vir aqui escrever meia duzia de coisas. Este é um remake do Der Himmel über Berlin (Asas do Desejo) do Wim Wenders, e consegue transformar um filme magistral num filme próprio para passar numa sessão da tarde de domingo num dos 3 canais genéricos da televisão portuguesa. Impressionantemente tudo é cliché, pelo menos nos últimos 10 minutos de filme, do resto não falo, porque não vi. A personagem interpretada por Nicholas Cage é tão pouco consistente quando comparada com a de Bruno Ganz no original. Leva-nos a uma temática levantada por Manuela de Freitas e depois por Catarina Mourão, durante as suas conferências na Faculdade de Arquitectura, relativa aos arquétipos e estereótipos na construção de personagens. Nitidamente, City of Angels vive do estereótipo, enquanto que em Der Himmel über Berlin o arquétipo é procurado. E pronto, nem sempre se alcançam os arquétipos, um olhar mais profundo sobre a essência das coisas, mas aqui claramente o estereótipo chega ao cliché e ao foleiro. A cena final então - Meu Deus! - Nicholas Cage atira-se ao mar vestido enquanto dezenas de anjos populam a praia, assistindo àquela metáfora (?) de liberdade. Mesmo foleiro!

sexta-feira, maio 19, 2006

Guess who's coming?

Guess who's coming
It's...
Guess who's coming
It's...
Guess who's coming
DJ Shadow!
Back again
Who is he?
Just your favourite DJ saviour
Usin', usin'
Usin' and confusin' beats that ya never heard
Since 1990, put a smile on your face like ultra-bright


DJ Shadow (com Keak The Sneak & Turf Talk) @ Lux 14 Junho

quarta-feira, maio 17, 2006

Cuidado com o que desejas

- Ambrósio, apetecia-me tomar algo. Algo bom, algo divertido.
- Tomei a liberdade de pensar nisso senhora. Vamos até ao Teatro Bocage.
- Oh! Bravo Ambrósio.




"Júlia é uma bela mulher. O seu maior sonho era casar, ter filhos e ser uma esposa exemplar. Casou com o homem dos seus sonhos. Mas três meses depois o destino pregou-lhe uma partida quando encontrou o marido na cama com o seu melhor amigo. A realidade do facto fez dela uma mulher fria e solitária, incapaz de verter uma lágrima. Partilha um apartamento, no centro da cidade, com Alice, uma doce criatura que vive uma relação atribulada com um homem casado e que passa o tempo a enganá-la. Alice tem a mesma idade de Júlia e um pormenor interessante, utiliza a comida como terapia para os seus infortúnios amorosos. Hélio é um entregador de pizas gabarola e que vê em Júlia e Alice dois bons motivos para passar um bom bocado. O que ele não sabe é que as duas mulheres têm um objectivo: vingarem-se de homens como ele. Ninguém disse que a vida era fácil."


Cuidado com o que desejas, é a peça com que abre um novo espaço do teatro em Lisboa, o Teatro Bocage na Graça. Um texto cheio de humor, ironia, e bom gosto. A destacar a excelente interpretação dos actores. Sem dúvida, uma peça para sair bem disposto.



Cuidado com o que desejas
com Ana Cláudia Vaz, Mariana Norton e Hugo Sequeira
baseado no texto Pizzaman, de Darlene Craviotto
tradução e adaptação de Ana Cláudia Vaz
encenação de Durval Lucena

de 4ª a Domingo às 21.30h
no Teatro Bocage até 4 de Junho

quarta-feira, maio 10, 2006

Ouvir em repeat

Música para ouvir em "repeat", repetidamente.

Organ Donor
DJ Shadow
Endtroducing
1996 Mo' Wax

quinta-feira, abril 20, 2006

Dependência IN

E começa hoje o festival de cinema independente de Lisboa, o INDIELISBOA.



Consultem www.indielisboa.com para escolherem os filmes que querem ir ver. Esta semana vou estar bastante ocupado e não vou conseguir ver mais do que 2 ou 3 filmes, mas ficava a vontade de ver bastantes mais.

Destaque para Wassup Rockers, o novo de Larry Clark, Drawing Restraint 9 de Matthew Barney e The Wild Blue Yonder de Werner Herzog. Nos portugueses: À Flor da Pele de Catarina Mourão, Um pouco mais pequeno que o Indiana de Daniel Blaufuks, Pele de Fernando Vendrell e a retrospectiva da obra de Edgar Pêra.

terça-feira, abril 18, 2006

Como? Porquê?

Alguém me explica como é que o Quentin Tarantino apresenta e é produtor de um filme como o Hostel? O que terá feito Eli Roth para realizar o seu novo filme com o apoio de Tarantino? Será que foi só por ter o apelido Roth, como o Tim? Será que este tal Eli tem uma irmã gira que fez Quentin perder a cabeça?
Antes tivesse sido, mas pelo que li aqui, parece que foi porque gostou da ideia do filme. Espero que pelo menos não tenha ficado tão agradado com o resultado.
O filme é fraquinho. A primeira metade podia ser de um qualquer filme de adolescentes como o Road Trip. A segunda, é um filme de terror quase banal. Cenas exageradas, e se o fossem com o mesmo propósito de filmes de série B como Bad Taste ou Braindead de Peter Jackson, óptimo, mas não é o caso. Parece que o suposto é mesmo ser chocante ou aterrorizante, mas acaba por cair na maioria das vezes na gargalhada. As citações a filmes do Tarantino são muitas, mas, pelo menos eu, li-as como clichés.



Hostel
Realização: Eli Roth
EUA, 2005

domingo, abril 09, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema #7


Fotograma de Desassossego, Catarina Mourão (2003)

E depois de Teoria e Cinema com João Mário Grilo, o Ciclo de Conferências sobre Cinema na Faculdade de Arquitectura termina dia 11 de Abril, 3ª-feira, com a realizadora Catarina Mourão que vem falar sobre Realidade e Cinema. Será projectado o filme Desassossego da realizadora.

quarta-feira, abril 05, 2006

Não há coincidências #2

Mais uma vez, volto a falar do Pulp Fiction aqui.
Vi há bocado um episódio do CSI (Crime Scene Investigation) realizado pelo Tarantino, o Grave Danger. Qual não foi o meu espanto quando reparo que este episódio começa com uma cena de um tipo dentro de um carro a cantarolar uma música country/folk enquanto esta passa no rádio. Onde é que eu já vi isto? Isto parece-me familiar... Logo fiz a relação com a cena do Pulp Fiction em que Bruce Willis regressa de sua casa, onde foi buscar o relógio de ouro que o pai lhe tinha dado, e dá no rádio do carro o Flowers on the Wall dos Statler Borthers (..."Smokin' cigarettes and watchin' Captain Kangaroo"...), uma música country que o personagem também cantarola. Como se não bastasse, o sorriso que George Eads (Nick Stokes no CSI) esboça, é tal e qual aquele a que muitas vezes Bruce Willis nos habituou. Fiquem com as imagens...





Entretanto, este mesmo personagem, no desenrolar do episódio, é raptado e enterrado vivo, tal como Tarantino fizera a Uma Thurman em Kill Bill Vol.2.

Coincidências? Duvido.

terça-feira, abril 04, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema #6


Fotograma de Acto da Primavera, Manoel de Oliveira (1963)

Depois de Memória e Cinema com António Rodrigues, o ciclo de conferências sobre Cinema continua na próxima quinta-feira, dia 6 de Abril às 15h, com uma conferência sobre Teoria e Cinema por João Mário Grilo. Serão projectados alguns excertos de filmes, escolhidos pelo conferencista e relevantes para o tema.

terça-feira, março 28, 2006

(não) Falar (?)



"Se o que tens a dizer não é mais belo do que o silêncio, então cala-te."


Pitágoras


"O homem que sabe não fala, o homem que fala não sabe."

Lao-Tsé


"O caminho para todas as coisas grandiosas passa pelo silêncio."

Nietzsche


"O silêncio é a virtude dos parvos."

Francis Bacon


segunda-feira, março 27, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema #5


Fotograma de Aurora, F.W. Murnau (1927)

Depois de Técnica e Cinema com Joaquim Pinto, o ciclo de conferências da Faculdade de Arquitectura continua esta quinta-feira, dia 30 de Março às 15h com António Rodrigues, da programação da cinemateca portuguesa, tendo como tema Memória e Cinema. Serão projectados vários excertos de filmes, escolhidos pelo conferencista, enquadrados no tema a desenvolver. Por motivos que dizem respeito às vidas profissionais dos conferencistas, o calendário do ciclo sofreu algumas alterações. Assim, segue-se o novo programa:

09.03.06 - "Cinema e Cinema", por PEDRO COSTA, Cineasta
16.03.06 - "Acção e Cinema", por MANUELA DE FREITAS, Actriz
23.03.06 - "Técnica e Cinema", por JOAQUIM PINTO, Cineasta, Director de Som
30.03.06 - "Memória e Cinema", por ANTÓNIO RODRIGUES, da Programação da Cinemateca Portuguesa
06.04.06 - "Teoria e Cinema", por JOÃO MÁRIO GRILO, Cineasta, Professor Universitário
11.04.06 - "Realidade e Cinema", por CATARINA MOURÃO, Cineasta


Significativo será também dizer que, dado o interesse tanto dos ouvintes como do conferencista, a última conferência com Joaquim Pinto prolongou-se até às 2.20h, ilustrando, mais uma vez a intensidade e interesse que estas conferências têm vindo a revelar.

terça-feira, março 21, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema #4


Fotograma de L'intouchable, Jacquot Benoît (2005)

Depois das conferências com Pedro Costa, e a última com Manuela de Freitas, é a vez de Joaquim Pinto falar sobre Técnica e Cinema. Serão projectados alguns excertos de filmes, escolhidos pelo próprio conferencista. De notar que esta conferência tomará lugar dia 23 de Março, às 21h (ao contrário das anteriores que se realizaram às 15h).

sexta-feira, março 17, 2006

(Re)posto




Cinema Quarteto - 14h30 / 16h45 / 19h00 / 21h45




8 1/2
Realização: Federico Fellini
Itália/França, 1963

segunda-feira, março 13, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema #3

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Fotograma de Way Down East, D.W. Griffith (1920)

Depois da projecção de "Onde jaz o teu sorriso?" e conferência do realizador Pedro Costa, o ciclo de conferências sobre Cinema organizado pelo núcleo de cinema da faculdade de Arquitectura continua. Esta quinta-feira, dia 16, é a vez da actriz Manuela de Freitas falar sobre Acção e Cinema.

De referir que a anterior conferência prolongou-se até às 20h30, com Pedro Costa a abordar diferentes temáticas, partindo, claro, do Cinema, mas chegando a temas tão diversos como a Política, a Televisão, a Arquitectura e a Vida (ou Vidas), naquela que foi uma conversa intensa e marcadamente pessoal.

terça-feira, março 07, 2006

Instantâneos #3

aumentar

Há uma semana fiz um investimento, juntei uns trocos (bastantes, diga-se de passagem) e comprei uma Nikon D50. Achei que era altura de arranjar um brinquedo a sério, uma máquina reflex digital. Esta é uma das centenas de fotos que tirei na última semana.

Museu da Luz na Aldeia da Luz, projecto do Arqº Pedro Pacheco.

segunda-feira, março 06, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema #2

aumentar
Fotograma de Onde jaz o teu sorriso?, Pedro Costa (2001)

quinta-feira, março 02, 2006

Cinema no cabaret



Todas as quartas-feiras de Março no Maxime Cabaret

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Estabelecimento algo particular #2


Foto: Francisco Nogueira

Existe na Av. Luís de Camões em Santo Amaro/Alcântara este anúncio por baixo de uma janela. Médico boca e dentes. Será que o senhor J. Freitas Simões é então dentista? Ou para ser mais preciso, já que também trata da boca, é estomatologista?
Como diria o nosso grande Fernando Pessa: "E esta hein?"

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

My milkshake is better than yours

Na 3ªFeira fui ver pela enésima vez um dos filmes que considero ser um dos melhores filmes dos anos 90 (senão o melhor) e um dos meus filmes preferidos - Pulp Fiction - que curiosamente nunca tinha visto no cinema (em 94 era ainda uma criança de 9 anos). Passou na cinemateca e não perdi a minha oportunidade, já que tinha perdido a sessão especial no Corte Inglês quando estreou o Kill Bill vol 1.
E reparei num pormenor ao qual Tarantino não prestou muita atenção, um pequeno erro de raccord na cena em que Vincent Vega (John Travolta) e Mia Wallace (Uma Thurman) estão a jantar no Jack Rabbit Slim's depois de terem sido servidos pelo Buddy Holly (Steve Buscemi). Na passagem de um plano para outro enquanto Mia passa o batido a Vincent, nota-se que curiosamente Vincent recebe um bónus de batido durante o curto caminho do copo. Aqui ficam as imagens. Sei que é quase imperceptível e não tem qualquer importância, mas fica o registo.



terça-feira, fevereiro 21, 2006

Alteração de datas

A primeira conferência do ciclo, por parte de João Bénard da Costa, marcada para o dia 23 de Fevereiro, terá que ser adiada por motivos de força maior. Concretamente, pelo facto do conferencista se encontrar doente e ter cancelado todos os compromissos marcados para as próximas semanas.

Assim, esta conferência terá lugar numa data a anunciar, e a próxima conferência será dia 9 de Março com Pedro Costa sobre o tema "Cinema e Cinema", com projecção do filme "Onde jaz o teu sorriso?" realizado pelo mesmo.

domingo, fevereiro 19, 2006

Falar (e ouvir) sobre Cinema

Esta quinta-feira, dia 23, inicia-se um ciclo de conferências sobre Cinema na Faculdade de Arquitectura. A organização está a cargo do recém nascido núcleo da Cinema da FA-UTL do qual faço parte.
Para marcar o nascimento do núcleo, amanhã, segunda-feira, serão projectadas curtas-metragens do início da história do Cinema nos 3 átrios do pavilhão de Arquitectura da faculdade. Irmãos Lumière, George Méliès e uma série de autores portugueses da mesma altura. Para quem não conhece, vale a pena ver. Durante todo o dia na Faculdade de Arquitectura.


Fotograma de Johnny Guitar, Nicholas Ray (1954)

Fica aqui o Press Release do ciclo.

O recém criado Núcleo de Cinema da Faculdade de Arquitectura da UTL apresenta um ciclo de conferências sobre Cinema que se iniciará com uma conferência proferida por João Bénard da Costa, subordinada ao tema " Memória e Cinema".
Este Núcleo que tem como primeiro objectivo aprofundar as relações disciplinares entre o Cinema e a Arquitectura, nesta primeira acção pretende focar alguns temas centrais da cultura cinematográfica.
O ciclo terá lugar nas instalações da Faculdade, no pólo universitário da Ajuda, a partir da próxima 5ª feira, dia 23 de Fevereiro, prolongando-se até Abril, conforme a seguinte programação:

23.02.06 - "Memória e Cinema", por JOÃO BÉNARD DA COSTA, Presidente da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema
09.03.06 - "Cinema e Cinema", por PEDRO COSTA, Cineasta
16.03.06 - "Acção e Cinema", por MANUELA DE FREITAS, Actriz
23.03.06 - "Técnica e Cinema", por JOAQUIM PINTO, Cineasta, Técnico de Som
30.03.06 - "Realidade e Cinema", por CATARINA MOURÃO, Cineasta
06.04.06 - "Teoria e Cinema", por JOÃO MÁRIO GRILO, Cineasta, Professor Universitárip

Para mais informações contactar:
José Neves, Arq.
T. 918353727
jose.neves.atelier@mail.telepac.pt

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

O Leopardo de Visconti



Il Gattopardo de Luchino Visconti é a adaptação do romance de Tomasi di Lampedusa sobre a unificação de itália iniciada por Garibaldi na segunda metade do século XIX. O Princípe Fabrízio Salina (Burt Lancaster) é um aristocrata siciliano que tenta manter a sua posição numa Itália em revolução e unificação. Embora Tancredi (Alain Delon), seu sobrinho, esteja do lado dos liberais revolucionários, Fabrízio continua do seu lado e inclusivamente apoia a sua união com Angelica (Claudia Cardinale) filha de Don Calogero (Paolo Stoppa) um rico burguês que vê o seu poder aumentar. É assim um casamento de conviniência, trazendo de volta a riqueza a Salina e o nome a Calogero. Toda esta intriga dá-nos um muito bom retrato do contexto histórico da época, uma história particular (uma de muitas), que nos conta a história geral. Para não falar depois do realismo que é dado durante toda a narrativa, literária e imagética.
A representação é fantástica, com um Burt Lancaster fora de série. Alain Delon está muito bom e Claudia Cardinale além de lindíssima é uma belíssima actriz. E toda a beleza desta última, é exponenciada pela personagem que encarna. Angelica não sendo um anjo, é uma figura quase divina. Uma musa que figura em si a beleza, a sensualidade e o desejo.
Possivelmente o melhor filme do realizador, e também o mais auto-biográfico. Visconti era um aristocrata (para além de comunista e homossexual, uma mistura explosiva, no mínimo). Conta-se que Burt Lancaster, que até então tinha sido actor de um registo de filme totalmente diferente, não sabia exactamente a postura que deveria ter como aristocrata. Visconti simplesmente pediu-lhe para o imitar.
Todo o filme tem patente a temática da morte, desde a primeira cena em que é encontrado um soldado morto no jardim de casa dos Salina. Tendo a sua apoteose na cena em que Lancaster contempla o quadro que ilustra a morte durante o baile, e no final quando o mesmo se ajoelha perante o padre que passa para dar a extrema unção na cena final. Esta ideia de morte é a metáfora do fim de um sistema social, a morte de uma classe social, a aristocracia.
E já agora acrescento o tema do vento. O mesmo vento que no início faz abanarem as cortinas enquanto se reza, apaga as velas que iluminam o papel que Don Calogero lê enquando transmite ao povo o resultado das eleições, nessa cena tão caricata. O vento que faz mexer a bandeira tricolor ou a toalha branca do piquenique (que faz lembrar a bandeira branca aristocrata).
A ideia com que fiquei é que muitos, senão a maioria, dos realizadores de hoje tinham editado o filme numa hora e meia. Metade do que vemos na versão integral. O que se perdia seria criminoso. Todo o ritmo a que o filme se desenvolve, os pormenores que são focados, os planos que em vez de serem apenas um, são talvez dez, fazem deste uma obra prima.
Pegando por exemplo na viagem da família Salina desde a sua casa de férias até ao palácio, aquilo facilmente seria reduzido a menos de 30 segundos de filme, apenas com recurso a um plano. Visconti utiliza talvez 10 planos da caravana a subir a fantástica paisagem da montanha, introduz a cena da estrada barricada, a cena da dormida a meio caminho, e tudo isto com mestria. Dá-nos mais pormenores sobre as personagens, sobre a situação que se vivia, a opinião do clero (neste caso do representante em questão, o padre) sobre os aristocratas como o Príncipe, um pouco mais de indicações da paixão de Concetta por Tancredi. Para não falar na odisseia visual que nos proporciona. Todo filme é exemplo do que falo.
Imperdível.
10/10



Il Gattopardo - Versão Integral
Realização: Luchino Visconti
Itália/França, 1963
Em projecção no cinema Nimas

domingo, fevereiro 05, 2006

Instantâneos #2


Cores da Cidade
Foto: Francisco Nogueira

Mais uma daquelas em que estava com máquina no sítio certo à hora certa.

Ia eu a descer a Park Avenue depois de ter visto pela primeira vez a obra do mestre Frank Lloyd Wright, o Guggenheim de NY, quando aí pela 79th vi um sujeito que me prendeu a atenção (provavelmente não fui um caso único), pelo que me pareceu, um artista de rua ou coisa do género. Como todo o bom turista, tinha a máquina digital à mão, tirei-a do bolso, e o resultado foi mais ou menos o que podem ver. Digo mais ou menos porque a parte do contraste cor/preto e branco foi trabalho de casa no Photoshop.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Posto de escuta


Innervisions
Stevie Wonder
1973, Motown


Free Your Mind And Your Ass Will Follow
Funkadelic
1970, Westbound


Maggot brain
Funkadelic
1971, Westbound


Cosmic Slop
Funkadelic
1973, Westbound

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Lavandaria vs. galeria



Aproveito para aqui anunciar a abertura de um novo espaço dedicado às artes. Uma antiga lavandaria nas Avenidas Novas será a partir deste mês de Janeiro um espaço de exposição, experimentação e lazer. Um "work in progress" promovendo a interactividade com o utilizador.
Durante o mês de Janeiro alberga a exposição "Lavimpa", mantendo o equipamento da antiga lavandaria praticamente intacto, tal como os antigos trabalhadores o terão deixado.

Pena que esteja no fim, mas ainda podem contar com 6ª e Sábado para a visitar como "Lavimpa", e no mês de Fevereiro com um novo tema.

Sexta 27 - 21.30h - Projecção dos documentários Woomera BreakOut, The Sun Doesn't Shine in the Camp e The Revolution Will Not Be Televised.

Sábado 28 - Festa de encerramento da exposição mensal




Espaço Lavimpa
Av. Paris 22 (metro Areeiro)
4ª a Domingo das 18h às 23h

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Blowing in the wind

Só há uns tempos vi o Any Way the Wind Blows - filme de Tom Barman, a cara à frente dos belgas dEUS - hoje, passadas algumas semanas, apetece-me escrever sobre os fragmentos que ficaram retidos na minha memória.



A introdução do filme deixou-me logo de água na boca. Uma cena ao som de "Summer's Here" dos Magnus (projecto do compositor-guitarrista-cantor-realizador-argumentista para o seu filme de estreia), onde é feita uma apresentação dos personagens, anunciando a segmentação da narrativa - dividida em curtas cenas da vida quotidiana de cada personagem. A "magnificiência" desta introdução deve-se sobretudo à cena em que o dançarino-actor Sam Louwyck (que segundo consta já foi visto na ZDB) percorre um túnel, cruzando-se com as pessoas que aí circulam, e depois à sua dança numa paisagem urbano-ribeirinha. Logo aqui notamos a qualidade da fotografia, que ao longo de todo o filme é uma constante.
A história ou histórias são passadas numa sexta-feira do mês de Junho na Antuérpia.
Passados os 5 minutos iniciais que já nos prenderam ao ecran, as cenas vão sucedendo, abordando temas simples, actuais e bastante interessantes.
Estas diferentes histórias, que parecem fragmentos soltos num mesmo universo, articulam-se de uma forma pouco original e desprovida de grande genialidade numa festa em casa de um dos intervenientes. Esta parece-me uma das maiores falhas do filme, não nos apresenta mais do que o óbvio.
Depois deste momento pouco interessante, segue-se o desenlace e desfecho das histórias individualmente (apesar da sua não conclusão), que volta a surpreender pela positiva, mantendo a linha seguida no início.
De referir que a banda sonora é simplesmente genial (também confesso que não estava à espera de muito menos vinda das mãos de quem vem).
Este é um filme pessoal, em que Tom Barman aborda questões quotidianas que concerteza resultam de uma reflexão prolongada, muito anterior à concepção do filme. Desta reflexão resulta um filme interessante, que poderá ser entendido como uma experiência, não só pela parte do realizador, mas também pela parte do espectador. Um filme a ver.

Trailer e mais informações em www.anywaythewindblows.com



Any Way the Wind Blows
Realização: Tom Barman
Bélgica, 2003

sábado, janeiro 07, 2006

Smells like the sixties

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Foto: Harry Peccinotti

Há uns tempos descobri uma série de imagens das quais imediatamente fiquei fã. Era 1969 quando Harry Peccinotti fez magia e produziu fotografias como as que se vêem aqui. O propósito foi o conhecido calendário da Pirelli (aquele que todo o bom e tradicional mecânico que se preze tem na parede da oficina) e o resultado está à vista. Clickem na imagem, vejam o resto das fotografias e deliciem-se com este bocado desse ano que segundo todos foi memorável - o ano do Woodstock, em que o Pelé marcou o seu 1000º golo, em que os Beatles deram o seu último concerto, em que saiu o Butch Cassidy and the Sundance Kid, e de muitas histórias que muitos concerteza terão para contar.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Instantâneos #1


Foto: Francisco Nogueira


Porque não postar também fotografias? Já que é pouco sobre muito, que seja sobre ainda mais.

Esta foi daquelas em estava com a máquina no sítio certo à hora certa. Praticamente nem precisei de dizer nada aos intervenientes - dois amigos meus - limitei-me a disparar.
Sei que o tema dos All Stars já está bastante gasto, mas é sem dúvida um cliché com pinta.